quinta-feira, 25 de abril de 2013
Os Que Foram
Marcos agora estava sozinho - mesmo com todos aqueles sobreviventes à sua volta. Tinha se separado de seu grupo. Franciel, Ravael, Aryana, onde estariam agora? Será que haviam achado um lugar seguro? Uma cura? Marcos só conseguia pensar assim, não era de pensar negativamente, não conseguia imaginar os amigos se transformando naquelas criaturas asquerosas.
Todo aquele tumulto à volta: soldados, crianças, famílias. Um som único, um som de pessoas que queriam viver, queriam continuar, achar um lugar seguro para manter sua família. Mesmo sabendo que ali estavam várias pessoas seguras, Marcos não se sentia bem, não se sentia feliz, nem ao menos sabia se sua família estava viva. Tinha se apegado muito à seus amigos; quanta coisa eles passaram juntos desde de Colosso. Depois veio Antizumbi - quase um pai para Marcos -, e depois ele foi embora. Todos vão; estão sempre indo embora...
Marcos já tinha sido tratado no posto médico, seus ferimentos estavam limpos e com curativos, foi alimentado e tudo mais; o pessoal do exercito era muito simpático. Mas ali, sentado na grama, Marcos pensava o que tinha de fazer agora. Ir para um lugar seguro? Sozinho? Isso não faria o menor sentido. O que ele teria aproveitado, sozinho, em um lugar seguro qualquer? Sem seus amigos? Sem aquele garoto de cabelos vermelhos? Marcos estava decidido: ia sair dali, voltar pra Promicuo e procurar por seus amigos, mesmo que seja tarde demais. Marcos queria saber que fim eles tinham levado.
Quando ia se levantando, um homem sentou-se a seu lado.
...: - Você que é o Marcos?
Marcos: - Sim... sou eu, por que?
O homem tirou do bolso um pequeno papel, e deu-lhe a Marcos, no papel estava escrito:
" Parabéns, você foi selecionado para o The Game! "
Marcos: - Como assim? The Game?
...: - Bom, Primeiramente meu nome é Adah, sou o braço direito do "Presidente" como ele gosta de ser chamado. Enfim, vamos ao que interessa: The Game é um projeto secreto do governo, ativado em casos extremos como o que estamos, para testar pessoas aos seus limites físicos e psíquicos.
Marcos: - Mas eu não quero participar disso...
Adah: - Infelizmente não há como rejeitar; você foi escolhido, está no jogo. Eu só sigo ordens, não as crio.
Marcos: - Mas eu já disse que não quero participar, já disse! E não me siga, seu louco!
Então, Marcos se levanta, caminha um pouco e começa a se sentir tonto, muito tonto.
Marcos: - Ai meu De...
Antes que possa terminar de dizer, ele cai no chão, desmaiado.
Ela estava amarrada em uma maca branca, a sala a sua volta também era assustadoramente branca, com paredes estofadas; a única coisa ali era um telão à sua frente, que agora estava totalmente negro, apagado. Ela tenta se levantar, mas sente uma dor nas costas.
...: - Heeyy! Alguém pode me ajudar? Me tirem daqui! Aaaahhh!
Obviamente não adiantaria gritar, naquele momento nada adiantaria. Ela estava assustada, no seu braço tinha algo - parecia soro -, também ali estavam várias objetos metálicos, uma bacia... um bisturi... Todo aquele lugar era assustador; parecia um consultório médico.
Quando o telão à sua frente se ascende com a seguinte mensagem:
" Parabéns, Aryana, você esta participando do The Game "
Mariano estava lá - jogado no chão, desmaiado, em estado grave. Seu sangue se juntava à água da correnteza; um pouco mais à frente e Mariano seria levado pelas águas. Ele queria morrer; desejava isso antes de pular, mas ainda estava vivo; Mariano ainda estava ali. Uma canoa passa pelo local e pára assim que alguém percebe o corpo ali estendido; em uma língua desconhecida alguém diz algo, e depois Mariano é arrastado até a canoa que seguiu correnteza abaixo.
