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Postado Por: Dalvyn domingo, 28 de abril de 2013

O Pequeno Posto

Tony continuava a guiar Jennifer pela mão. Os dois andavam agora por um campo aberto, plantações de soja os rodeavam, aquela tarde estava quente e agradável; o Sol se firmava como um rei logo ao horizonte, como se tudo fosse normal, como se a Terra continuasse nos mesmos trilhos de antes.

Alguns metros à frente estava um posto de gasolina - velho e pequeno -, parecia não haver ninguém ali.
Tony: - Você vai gostar do pessoal. Andamos enfrentando problemas ultimamente, mas tudo se resolve.
Jennifer: -...
Tony:- Tem algo aí, no seu rosto...
Jennifer: - Tem?
Então, Tony toca o rosto de Jennifer, levemente, limpando um pequeno rastro de cinzas no rosto dela. Um pequeno momento de silêncio, Tony já havia limpado as cinzas, mas agora segurava o queixo dela, o acariciando lentamente. Jennifer não estava gostando daquilo, imediatamente ela afasta seu rosto; Tony percebe e abaixa sua mão.
Apos dar alguns passos, eis que chegam ao posto; Tony logo bate na porta. Um cara negro, alto, com um boné do exército abre a porta. Seu nome é Ronald.
Ronald: - Por Deus, onde se meteu moleque?
Tony: - Fui dar um passeio, e achei uma coisa...
Ronald olha para Jennifer com um olhar de surpresa, e logo fala:
Ronald: - Vamos apresentar sua amiga nova ao grupo, entrem.

Até que por dentro o posto não era tão pequeno assim. Tinha uns colchões e cobertores em um canto e enlatados em outro. As Janelas e portas estavam pregadas com madeiras, o que o tornava bem escuro. Haviam algumas pessoas ali; uma garota de olhos puxados, pele branca e uma franja tão reta que a fazia parecer uma boneca; Mais ao fundo um cara gordo, com a barriga pra fora da camiseta afiava uma faca; dava pra ver o suor escorrendo da sua testa. Tinha uma mulher com seus dois filhos - crianças ainda -, que zanzavam de um lado para o outro. Também tinha um garoto sentado no chão; seus cabelos eram tão negros que se confundiam com as sombras.
Ronald: - Bom, meu nome é Ronald, aquela ali é a Alice, aquele lá afiando a faca é o Clement, a senhora é a Dalia seus filhos são Judi e Junior, o garoto de poucas palavras é Xeu. E qual o seu nome?
Jennifer: - Meu nome é... Jennifer...
Ronald: - Bom, nos tínhamos mais sobreviventes aqui, mas eles saíram e não voltaram mais. Ainda estamos esperando eles.
Xeu: - É só o que você sabe dizer, em vez de ir buscá-los.
Ronald: - Já conversamos sobre isso, Xeu.
Xeu: - Tanto faz!
Tony: - Preparem algo pra gente comer, eu estou faminto, vou levar Jennifer lá pra cima...
Mas ao fundo do posto tinha uma porta, passando essa porta tinha uma escada que levava até a parte de cima do posto, dava para ver todos aqueles campos de soja la de cima.
Haviam duas cadeiras de praia ali e um rifle; Tony logo se acomoda em uma e Jennifer em outra.
Tony: - Sabe, foi difícil logo no começo, nós saímos de casa, só eu e meu irmão, eu fui buscar minha namorada, mas ela não era mais ela, tentou me morder e tudo, meu irmão a matou. Eu e meu irmão fomos encurralados na praia; nós nadamos e nadamos, e aqueles malditos zumbis não entraram na água, só ficaram lá olhando. Depois eu e ele chegamos até aqui, exaustos, Ronald nos ajudou, nos deu abrigo, logo depois veio Alice e Xeu. Ontem meu irmão saiu pra dar um passeio, disse que logo voltava, mas não veio até agora, e acho que não vai vir...
Houve um logo momento de silencio, até Tony falar.
Tony: - De onde você veio?
Jennifer: - Eu morava em Colosso, com minha amiga.
Tony: - Colosso?! Vimos muita fumaça vindo de lá.
Jennifer: - Sim, Colosso já era, foi destruída.
Tony: - E sua amiga?
Jennifer: -...
Tony: - Ah! Desculpa.
Jennifer: - Vai me contar a história desse cabelo verde aí?
Tony: - Hahaha, longa historia, longa historia... Você não tem nenhum namorado, ou tinha?
Jennifer: - Mais ou menos.
Tony: - Mais ou menos?
Jennifer: - Eu o vi, falei com ele e não disse que era eu; eu devia ter dito que era eu, a garota com a qual ele passava noites e noites conversando, eu devia ter dito... Mas não disse.
Tony: - Bem complicado...

" Jantar tá prontoooo! "

Provavelmente era Ronald gritando.
Tony: - Vamos descer, antes que ele venha aqui e meta a nossa cara na comida.
Ronald: - Hoje nos temos salsinhas no jantar! Dia especial para a nossa nova companheira!
Jennifer não sabia o que dizer, ela não ia ficar ali, tinha um grupo, o qual já havia se apegado o bastante... Tinha Franciel...
Xeu: - Ei, gente! Tem uns caras lá fora!
Ronald: - Como assim?
Xeu: - Uns caras vestidos com roupas pretas, estão parados lá, acho que querem conversar.
Ronald: - Eu vou até lá.
Assim, Ronald abre a porta com sua espingarda em mãos e vai até aqueles estranhos homens.
...: - Deixe que ele se aproxime, não faça muito estrago, apenas ponha no caminhão, precisamos de estoque.
Ronald foi se aproximando do grupo.
Ronald: - E ai rapazes, o que querem?
...: - Você...
Ronald: - Como assim?
Então o cara de preto segura Ronald pela garganta, suas mãos eram fortes e tinham unhas pontudas; Ronald tenta levantar sua arma pra mirar, mas o cara morde o pescoço dele fazendo jorrar sangue pela plantação de soja.
Xeu: - Merda! Eles vão matar Ronald!
Tony: - Vai pra cima Jennifer, rápido!
Lá fora o corpo de Ronald era arrastado até a traseira da caminhonete.
...: - Bom trabalho, agora vamos pegar os outros!
Eram pelo menos 6 caras com unhas pontudas e dentes afiados, provavelmente canibais. Eles iam se aproximando do posto, não usavam nenhuma arma, e andavam como leões buscando a caça.

Xeu: - Me ajudem a trancar as portas, vamos!
Clement: - Peguem algo pra se proteger! Uma faca qualquer coisa!
Tony: - Alice, Dalia e seus filhos vão lá pra cima!
Dalia: - Não, eu fico! Tenho o arma do meu marido! Ele me ensinou a atirar! Alice, leve minhas crianças!
Alice: - Tá bom.

O barulho de passos lá fora tinha acabado. Estava tudo assustadoramente quieto agora. Muito quieto.

Xeu: - Que merda são esses desgraçados?!
Clement: - Shiiii, Vamos ouvir.
Tony: - Tão sentindo esse cheiro de fumaça?
Dalia: - Fogo! Lá nos fundo ta pegando fogo!
Xeu: - Desgraçados!

Quando a janela se quebra - algum deles tinha feito isso -, Dalia decide olhar pra fora.
Tony: - Não, Dalia!
Um deles aparece e começa a puxar ela pelos cabelos; Dalia não consegue atirar com sua arma.

Xeu: - Vamos puxá-la!!!!!

Enquanto aquele canibal puxava pra fora, os sobreviventes puxavam pra dentro. Aquilo era aterrorizante.
Então um tiro, e o canibal estava no chão. Lá em cima estava Jennifer com o rifle em mãos.

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