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- Epi. 27: Etapa 1
Postado Por: Dalvyn
quarta-feira, 12 de junho de 2013
Etapa 1
ETAPA 1, ARYANA E MARCOS
PROCESSO: PENDENTE
Silêncio, um vazio inóspito e isolante tomavam aquela sala branca; um branco intenso propagado pelas paredes acolchoadas, como as de uma solitária de algum presidio qualquer.
As luzes acopladas no teto pareciam ser do próprio Sol, de tão reluzentes que eram, era difícil olhar pra cima.
Uma pequena mesa ao centro, uma pistola negra e um corpo estendido ao chão; esse corpo, aos poucos, retomava a consciência mexendo suas extremidades.
Era Marcos; teria apagado com um forte sedativo e estava agora ali, jogado ao chão.
Ele tenta se levantar e dar alguns passos. Tudo em vão. Ainda estava sonolento e meio tonto, não conseguia ter um pensamento concreto sobre tudo aquilo.
- Central de Comando (The Game)
Adah: - Bom, Presidente, a Etapa 1 já esta inicializada, com Marcos e Aryana.
Presidente: - Já mandaram as equipes buscarem o resto?
Adah: - Sim, mas estranhamente perdemos contato com Tony, as equipes vão chegar lá em poucas horas.
Presidente: - Ótimo, me leve até a sala de monitoramento, quero ver a primeira etapa do The Game.
Adah: - Ok, vamos até lá.
Adah e Presidente seguem até uma sala cheia de pessoas da corporação olhando para monitores que transmitiam imagens das salas onde estavam Aryana e Marcos.
Presidente: - Podem começar!
Aryana continuava se debatendo, tentando sair daquela maca, mas isso era inútil, ela estava imobilizada.
"Tam!"
Aryana ouve um barulho, como o de uma campainha, logo a tela na sua frente começa a passar um vídeo. No vídeo, Aryana estaria inconsciente quando 3 médicos entram na sala, armados com seus bisturis e outras ferramentas médicas, eles estariam cortando Aryana, logo atrás das costas. Aryana tapa os olhos, não conseguia ver aquilo, seu sangue escorrendo e todas aquelas coisas. Então o vídeo acaba, logo a tela mostra textos sequenciais:
" Aryana, como já dito antes, você é uma participante do The Game."
"Aqueles médicos, os quais você viu no vídeo, lhe extraíram um rim."
Aryana não conseguia conter o choro, que agora era uma mescla de raiva com ódio. Ela se perguntava por que tudo aquilo, e por que com ela.
A Tela prosseguia mostrando textos sequenciais :
"Você tem uma hora e duas alternativas."
"Primeira: Está vendo essas bacias plásticas nos lados da maca? Pois bem, as duas contêm ácido. Escolha pôr suas mãos nelas e todos os seus amigos que estão na sala ao lado, serão libertados. Segunda: Não ponha suas mãos na bacia e todos os seus amigos serão mortos fuzilados, e você morre de qualquer forma pela extração do rim."
Aryana respira fundo, tenta pensar se tudo aquilo realmente estava acontecendo. As bacias aos lados da maca ficavam ali, pendidas sobre uma barra de metal. Era impossível derrubar aquele líquido, era impossível tentar qualquer coisa para fugir, afinal, sem um rim ela não iria muito longe. Mas por que ela não sentia dor? Ela apenas sentia dor onde havia sido mordida e estranhamente curada, isso a deixava mais intrigada, seriam eles detentores da cura? Então por que tudo aquilo em vez de acabar de uma vez com os zumbis? Aquilo não fazia sentido, pelo menos pra ela.
Adah: - Ela está pensando bastante...
Presidente: - Será que já descobriu alguma coisa?
Adah: - Duvido muito.
Aryana teria de aceitar a morte, afinal já estava morta, restava a ela escolher entre morrer lentamente ou dolorosamente. Então a raiva toma conta do seu corpo.
Aryana: - Nãoooo! Desgraçados! Não podem simplesmente me matar! Me tirem daqui! Socoooorroooo!
Presidente: - Esperava mais dela, vamos mudar pra sala do Marcos.
Adah: - Ele acabou de despertar.
Marcos estava sentado ao chão e ficava olhando atentamente aquele revólver, não conseguia achar o minimo sentido naquilo tudo.
Quando, como em um estalo, o telão se acende à sua frente, com a seguinte mensagem :
"Parabéns, Marcos, você está participando do The Game "
Presidente: - Apressem as coisas com ele, Aryana pode acabar tomando uma decisão a qualquer momento.
"Tam!"
Logo o som que lembrava uma campainha é ouvido. Marcos ainda continuava sem reação; estava apenas ali, sentado.
Marcos: - Apenas me digam o que eu tenho que fazer, rápido.
Sua voz tinha um tom depressivo, um tom de desistência. Marcos perdera todos os amigos, não sabia onde nenhum deles estava, depois Antizumbi também partiu, seus pais provavelmente teriam morrido em Colosso. Marcos não tinha mais nada. As lágrimas que agora caíam por sua face não eram de medo ou raiva, eram apenas de desistência; Marcos havia chegado no seu limite.
Presidente: - Aryana ainda continua aos berros, que garota mais impulsiva, passem os textos pro Marcos logo.
Assim, os textos sequenciais começarem a passar na grande tela negra, pendurada próxima ao teto, só que dessa vez sem vídeo, seriam apenas textos.
"Marcos, como já dito antes, você é um participante do The Game."
"Você deve estar se perguntando o porquê da arma; pois bem, vou lhe explicar."
"Na sala ao lado estão todos os seus amigos; aos quais você se separou a pouco tempo. "
"Você tem uma hora e duas alternativas. "
" Primeira: Pegue essa arma, a qual tem apenas um cartuxo, e dispare com ela na sua cabeça; salvando assim todos seus amigos. Segunda: Não dispare a arma, todos os seus amigos morrem e você pode ir embora. "
Marcos não estava assustado, nem com medo. Brotava de seu rosto um estranho sorriso; agora ele sabia que seus amigos estavam ali. Pregado em sua alma não estava o desejo de dizer "Ai meu Deus!" e sim o de se libertar, e ali estava a sua chance, bem na frente do seus olhos; afinal, que vida levaria ele naquele mundo lá fora? Marcos não conseguia pensar em um futuro, Marcos não conseguia pensar em nada; só estava feliz. Seus amigos estavam todos ali e ele poderia salvá-los com apenas um aperto de gatilho, como não estar feliz? Quem sabe seus pais não o estivessem esperando em algum lugar? E com certeza Antizumbi ficaria orgulhoso disso. Assim, Marcos pega a arma.
Adah: - Ele foi rápido, gostei.
Presidente: - Um ótimo jogador.
Aryana estava se debatendo na maca, tentando através da força se libertar daquilo, tentando do modo mais irracional possível. Afinal, onde estaria todo aquele sangue? 3 médicos lhe haviam tirando um rim e ela não conseguia encontrar uma gota de sangue. E por que aqueles bisturis e bacias estavam ali, limpos? Ela não sentia nenhuma dor, apenas onde havia sido mordida, mas tirando esses locais ela não sentia nenhuma outra dor diferente. Um estranho e confuso pensamento de que talvez tudo aquilo fosse uma mentira passava pela cabeça dela; mas, afinal, pra quê mentir sobre o rim? Qual o fundamento lógico? E se isso era uma mentira, ela apenas teria de esperar passar uma hora para poder sair? Perguntas sem respostas, respostas superficiais, The Game incerto, nada daquilo parecia real, enquanto tudo aquilo era imensamente real.
Adah: - Ela está com um olhar desconfiado, acho que já descobriu algo.
Presidente: - Não sei, vamos esperar por uma atitude de Marcos.
Marcos continuava com a arma apontada pra cabeça - sim ele estava tremendo e suando frio. Ali ele tinha duas escolhas, ser exposto a elas dessa forma era algo incrível, era 1 ou 2, isso ou aquilo, não tinha escapatória, não se podia simplesmente sair daquilo, não se podia desistir da brincadeira, não se podia desistir do jogo.
Ele respira e inspira, aperta a arma forte nos dedos, enquanto uma gota de suor escorria de sua mão; aquela sensação era real. Marcos jamais havia sentido algo antes, tudo aquilo era tão real, na sua cabeça estava tudo tão claro, assim ele o faz, lentamente aperta o gatilho; ouve-se um estrondo.
ETAPA 1, ARYANA E MARCOS
PROCESSO: CONCLUÍDA
VENCEDOR: MARCOS
Presidente: - Podem fuzilar ela, quero dois guardas e um cientista próprio pra dizer tudo a ela.
Adah: - Ok!
Aryana ainda tentava sair daquela maca, quando a porta a sua direita, que tão escondida entre as paredes estofadas era quase imperceptível, se abre.
Logo os dois guardas, com roupas pretas e mascaras no rosto carregando dois fuzis, e o cientista próprio da corporação, senhor William J. entram na sala.
Aryana: - Quem são vocês? Em, desgraçados!
William: - Aryana, venho lhe informar que infelizmente você perdeu o The Game, logo na primeira etapa. Sinto muito.
Aryana: - Como assim? O que quer dizer com isso?
William: - Seu concorrente foi o ganhador, vocês estavam disputando uma vaga para a próxima etapa, enfim, tenho que lhe contar a verdade... Seus dois rins ainda estão dentro de você, e você acaba de matar todos os seus amigos, se eles estivessem realmente na sala ao lado.
Aryana fica perplexa, realmente estava acreditando que os amigos estavam ali.
William: - Isso foi muito egoismo da sua parte, o The Game não aceita egoístas. Era simples, bastava ter botado as mãos nessas bacias, garota.
Aryana: - Pra queimar até a morte, é!?
William: - Hahahahaha, adoro isso. Aryana, esse liquido não é acido, é apenas água; você perdeu.
Aryana:- Am? Como assim? Não pode ser! Não! Não! Não!
William: - Podem atirar!
Armas apontadas, e o fogo começa. As cápsulas se amontoam no chão, o sangue de Aryana escorria pela maca, e agora sim, todos aqueles bisturis e bacias estavam devidamente sujos. Logo ela estava morta, assim como mataria seus amigos.
Presidente: Bom! Já temos nosso primeiro vencedor!
Adah: - Aquele barulho de tiro foi realmente verdadeiro, até eu acreditei.
Presidente: - Hahaha, o pessoal do áudio fez um trabalho ótimo.
Lá estava Marcos, com a arma na mão, sua cabeça estava intacta, não havia munição na arma, ele acabara de salvar seus amigos; se eles estivessem na sala ao lado. Marcos não conseguia acreditar, nada daquilo fazia sentido.
Então, a porta se abre e no telão aparece :
"Parabéns, Marcos, você venceu contra Aryana, teria salvado seus amigos, mas eles não estão na sala ao lado. Bom, pode ir... "
Marcos: - Aryana? Então era tudo uma mentira?
Marcos não sabia o que pensar, mas ele realmente tinha optado pela morte. Assim, caminhando lentamente, ele sai pela porta...