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Postado Por: Dalvyn quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Dialogando

A Lua estava incrivelmente grande e brilhante naquela noite...
Lá fora o que se ouvia eram grilos e mortos se arrastando...
Algumas casas e prédios ainda queimavam pela cidade...
Era uma noite aparentemente calma, a primeira noite em um apocalipse zumbi...
Lá estavam Franciel, Jennifer, Aryana, Ravael, Dominic e Mariano no telhado do armazém, que na realidade era plano e sem telhas...
Todos já haviam trocado de roupa e feito os devidos curativos, menos Ravael, que preferiu fazer sozinho...
Franciel: - Ainda não consigo acreditar que o Marcos morreu...
Aryana: - Mas não temos certeza, ele ainda pode estar vivo.
Ravael: - Muito improvável, ele deve ter se afogado.
Dominic: - Nunca tomei banho gelado na minha vida, queria que estivesse quente!
Mariano: - Sinto muito, não há mais luz, então daqui pra frente SÓ terá banho gelado!
Ravael: - Devia agradecer por ter um chuveiro aqui, e fica aí reclamando!
Dominic: - Tá bom, ok! Só não discuto com você porque beija bem! Vou dormir!
Jennifer: - Dorme, vai ser melhor pra você e pra nós!
Franciel: - É estranho olhar pra rua e não ver mais os postes acesos.
Aryana: - Ou olhar esses vários incêndios e ninguém pra apagar.
Jennifer: - Acordamos em um mundo normal, agora vamos dormir em um mundo morto...
Mariano: - É estranho compreender o que foi isso... Um vírus? Uma peste? Uma praga? Deus?
Ravael: - Se foi ou não Deus, não muda nada; afinal, Deus só está na mente daqueles que creem, ou seja, fora da realidade...
Jenifer: - A melhor forma de se pensar, é que foi um vírus criado pelo governo ou pelo exército. Um vírus pra ser usado em algum tipo de guerra.
Ravael: - Eu não descarto a possibilidade de alguma ação egoísta, movida por um homem que pretendia de alguma forma controlar o mundo...
Franciel: - Ainda não dá pra saber o tamanho disso, ou de onde veio, mas aquela estranha e densa névoa a tarde pode ser o que espalhou o vírus.
Aryana: - Vamos pensar maior, nenhum de vocês tem alguma notícia de outra cidade ?
Franciel: - Sim! Pode não ser uma notícia, mas hoje, logo quando acordei, liguei pra minha avó que mora em Santaro e uma gravação me disse que todas as linha daquela localidade estavam congestionadas.
Ravael: - Exato, e logo depois isso aconteceu em Colosso...
Mariano: - Aqui também está assim. Impossível ligar pra alguém...
Aryana: - Mas eu só queria saber se os meus pais estão bem...
Mariano: - Você tem sorte de querer saber se seus pais estão bem! Eu estava em casa quando tudo aconteceu, os zumbis só não me devoraram pois estavam ocupados de mais comendo os meus pais!
Ravael: - Ainda bem que eu não tenho com quem me preocupar...
Franciel: - Eu tinha só o meu tio, mas se ele morreu ou não, não faz diferença...
Jennifer: - Mas o que vamos fazer, ficar nesse armazém pra sempre?
Ravael: - Eu, não; tenho que arrumar uma nova katana e seguir em frente...
Aryana: - Devemos todos fazer isso.
Franciel: - Sim, vamos seguir em frente, não podemos parar aqui!
Mariano: - Eu não tenho mais ninguém, posso ir com vocês?
Franciel: - Pode, claro! Mas você sabe atirar ou algo do tipo?
Mariano: - Me dê um arco e flechas que eu me viro!
Jennifer: - Um arqueiro?
Mariano: - Não exatamente, eu caçava quando era mais novo...
Ravael: - Isso é bom...
Franciel: - Agradeço pela comida que você nos serviu mais cedo.
Mariano: - Sem problemas, o que mais tem aqui é comida.
Haviam vários colchonetes espalhados por lá. Dominic já estava dormindo em um; logo, Ravael, silenciosamente, se deita em outro...
Mariano: - Acho que vou dormir um pouco.
Aryana: - Vamos dormir, Franciel?
Franciel: - Deite ai, eu vou levantar um pouco...
Jennifer está em pé, olhando os zumbis se rastejarem lá em baixo...
Franciel: - É estranho, né? Parece que estamos em um filme...
Jennifer: - Aquele filme que todos pediam para se tornar realidade?
Franciel: - Sim, mas a realidade nem sempre é o que esperamos...
Jennifer: - Agora o que nos falta é cair na real, seguir em frente e desistir do passado.
Franciel: - E eu que sofria por besteiras... Agora sim há motivos...
Jennifer: - Sim, eu vi as cicatrizes, são gritantes.
Então, Franciel chega bem próximo a Jennifer, olhando-a bem no fundo dos olhos, e a abraça forte. Ela, surpresa com aquilo, decide abraçá-lo também...
Franciel: - Eu vejo algo em você, algo que me deixa tranquilo... Algo a mais...
Jennifer: -...
Dois jovem se abraçando em um apocalipse zumbi, algo estranho e aconchegante... Não dava pra explicar o que os dois estavam sentindo... Então, entendeu-se como amor... Puro...
Assim, Franciel, com algumas lágrimas no rosto, olha para Jennifer.
Franciel: - Eu sei que em um mundo normal nós nunca seriamos amigos, e começamos mal, começamos brigando, não quero isso...
Então, Franciel acaba dando um beijo na testa de Jennifer e logo depois se deita com Aryana...
Jennifer não esboça nenhuma reação, prefere pensar que ele esta afetado por um apocalipse zumbi...


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