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Postado Por: Dalvyn sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Atormentado                                     

4 anos atrás.

Lá estava Franciel, desmaiado no começo da escada.

O segundo andar da casa já estava completamente em chamas.

Os vizinhos percebendo isso logo chamaram os bombeiros e uma ambulância.

Franciel foi retirado da casa desmaiado e ainda havia inalado muita fumaça.

Chegando no hospital, Franciel é atendido e deixado em um quarto para repouso com soro.

Logo chegam Marcos e Aryana, sedentos por notícias do amigo.

Marcos: - Moça, onde está Franciel?

...: - Está internado aqui, mas ainda não pode receber visitas.

Aryana: - E quando vamos poder vê-lo?

...: - Ainda não sabemos, pois ele chegou há pouco tempo. Perguntem ao médico responsável o estado de saúde dele.

Marcos e Aryana vão à procura do médico.

Enquanto isso, na cena do crime.

...: - Delegado, não achamos absolutamente nada; nem um vestígio de onde veio o fogo.

Delegado: - Estranho, o fogo não veio de dentro da casa, então só pode ter vindo de fora. Acharam alguma pegada? Impressão digital? DNA?

...: - Não, absolutamente nada.

Delegado: - Estou vendo que esse caso vai ser dos difíceis.

Enquanto isso, no hospital.

Marcos: - Doutor! Como está Franciel ?

Doutor: - Franciel está bem, mas continua desmaiado.

Aryana: - Nós queremos vê-lo!

Doutor: - Ok, mas tem que ser uma visita rápida! Venham comigo.

Assim o Doutor leva os dois até o quarto onde estava Franciel.

Aryana logo abraça Franciel, aos prantos.

Aryana: - Você tem que ficar bem, Fran! Eu te amo!

Marcos: - Amigo, você tem que ser forte, senão quem irá me obrigar a assistir filmes de zumbis?

Franciel continuava desmaiado, mas seu estado era estável.

Doutor: - Tá bom, já chega! Vocês tem que ir agora.

Marcos e Aryana vão embora, mas já na calçada Aryana se senta no chão chorando muito.

Marcos: - Temos que ir, Aryana! Franciel não ia gostar de te ver assim.

Aryana: - Argh! Ele perdeu os pais! Argh! Você pode imaginar o quanto ele vai sofrer? Argh!

Marcos se abaixa e abraça Aryana, tentando confortá-la.

2 dias depois.

...: - E então, Delegado, vamos dar o caso como encerrado?

Delegado: - Vamos ter que arquivar por falta de provas.

...: - E com quem ficará a guarda do garoto?

Delegado: - Com o único parente próximo, o tio.

...: - Mas, Delegado, o tio de Franciel não é aquele que batia na mulher, vive bêbado e se metendo em confusões?

Delegado: - Sim, mas perante a lei eu entrego Franciel ao tio e lavo minhas mãos.

Enquanto isso, no hospital.

Doutor: - Então, Franciel, assine aqui sua alta e pode ir embora.

Marcos: - Graças a Deus!

Aryana: - Fran!

Assim, Franciel, já vestido com sua roupa, assina a alta e sai do hospital com Marcos e Aryana.
E lá estavam os três caminhando pela rua. Franciel estava sério e frio; dava pra se entender, afinal faziam dois dias que ele perdeu os pais.

Marcos: - Onde você vai morar agora, Franciel?

Franciel: - O que me disseram é que eu vou morar com meu tio que eu nunca vi na vida, à duas quadras da minha casa.

Aryana: - Tomara que ele seja uma boa pessoa.

Franciel: - Se ele é ou não uma boa pessoa não importa, eu só quero dormir e não acordar nunca mais!

Marcos: - ...
Aryana: - ...

7 dias depois.

Franciel já estava morando com o tio há uma semana, ele aparentava ser uma boa pessoa, tirando o fato de chegar em casa quase todo dia bêbado.

Franciel: - Nossa! Já é uma hora, tenho que ir pra casa!

Marcos: - Tá, mas vê se vem pra aula amanhã!

Aryana: - Tchau, Fran!

Marcos: - Vá com Deus!

Franciel: - Tchau!

Franciel acaba por chegar em casa às 13:20. Seu tio estava na cozinha e em cima da mesa uma garrafa de Vodka.

Tio: - Por onde andava?

Franciel: - Estava conversando com uns amigos e perdi a hora.

Tio: - O que eu já disse? É da casa pro colégio!

Franciel: - Eu já disse que perdi a hora!

Tio: - Você está me desrespeitando garoto! Aquela vaca da sua mãe não te deu educação!

Franciel: - Não fale da minha mãe, seu verme bebum!

Então o tio de Franciel se levanta e acerta um soco na cara de Franciel, logo depois o derruba no chão e dá vários chutes, o fazendo vomitar.

Tio: - Isso é pra você aprender! Seu viado!

Logo em seguida o tio de Franciel abre a porta e sai, provavelmente para um boteco.

Franciel se levanta - estava com muita dor no rosto e no estômago -, decide tomar um banho, como se tomando banho ele pudesse esquecer tudo que tinha acontecido.

Franciel havia mudado drasticamente desde a morte dos pais, agora era frio e sério mas continuava com um bom coração.

Com uma gilete em mãos, Franciel começa a se cortar. Primeiro no braço direito depois no esquerdo. O sangue escorria e se misturava a aguá do chuveiro; a ardência nos pulsos não supria a dor da alma, só amenizava.

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